Que bela viagem!
Estou a começar pelo fim, eu sei, mas desde o início que se previa este fim.
Há 15 dias, numa habitual tertúlia do café que eu e outros amigos do “espírito Honda” fazemos questão de não faltar, e que se repetem quinzenalmente no último dia da semana sempre no mesmo local, surgiu um desafio na minha cabeça de fazer a única estrada Nacional (N2) que liga o Norte (Chaves) ao Sul (Faro) do país, num Honda CRX (1.6 i-VT – 150cv) de 1992 (o meu Xuxu). Pois bem o desafio foi-se moldando e nasceu ali a hipótese de não ir um, mas sim dois automóveis do mesmo modelo mas de versão diferente. Logo ali o amigo Sérgio Melo não se fez de rogado e confirmou o seu Honda CRX (1.6i16 – 130cv) de 1990 cuja versão de potência e equipamento é diferente do meu.
Ora como eu disse em cima surgiu o desafio “à lá TOP GEAR”, mas versão portuguesa, logo a versão dos pobres (risadas). Digo isto pois não existia equipa de filmagens (apenas os gadgets normais de obtenção de imagens e sons da versão PT), não havia Orçamentos megalómanos, nem equipas de apoio, apenas muita fé e água benta para abrilhantar o que de rico se fazia prever noutras coisas, tais como amizade, camaradagem, o gosto de conduzir, o gosto por automóveis, pela experiência e desfecho pois adivinhava-se um somatório de quilómetros com horas a conduzir e que resultava em fadiga humana e mecânica (este último felizmente não se fez notar, adianto).
Pois bem depois de entendermos no que consistia o desfaio, toca a pôr as máquinas operacionais, fazer a mala e partir para tal loucura.
Eram 08:00horas da manhã do dia 10 de Setembro e já estávamos os dois no ponto de encontro, a área de serviço da A4 em Penafiel, para dar início da viagem até ao primeiro ponto, a bela cidade de Chaves.
É ali que se encontra o marco do 1ºKM da estrada nacional Nº2, que é a apelidada e bem conhecida por ser a espinha dorsal de Portugal.
Chegados ao centro dessa cidade, nada como fazer o lanche a meio da manhã com 2 coisas em coerência com o desafio, pois é preciosismos com um Pastel de Chaves e um Compal com o sabor das melhores Laranjas do Algarve.
Começa então a epopeia destes dois malucos pela N2 de Chaves a Faro.
Deixávamos a cidade Flaviense com rumo a sul e começávamos assim a galgar asfalto e à chegada a Vidago o Sérgio foi “vítima” de uma Operação Stop por minha causa (eheheheh), porque parei para fotografar a placa de localidade Vidago, logo os agentes da Brigada de Trânsito estranharam a manobra de paragem a 100mts deles e o Sérgio teve de parar mostrar documentos e mostrar também o seu Bólide certificado como pré-clássico. Como seria de prever nada a apontar e sigaaaaaa… fizemos paragem em Pedras Salgadas, Vila Pouca de Aguiar para admirar a paisagem natural transmontana e paragem também pela cidade mais Real portuguesa, Vila Real, depois desta fomos até à cidade mais fácil de medir portuguesa, a Régua, posso que até Lamego a N2 é bem divertida para quem valoriza a condução e a paisagem, caso fosse alguém como pendura o mais certo seria enjoar.
Paragem para almoço em Lamego e que bem que soube o bitoque de vitela
Partida para a parte da tarde em direcção a Castro D’Aire e no caminho para esse destino, apanhamos os melhores amigos de J. Clarkson, J. May e r. Hammond, é verdade, percorremos cerca de 15kms em curva e contracurva atrás dos dois autocaravanistas italianos. Quase à chegada da cidade encontramos uma boa recta e não nos fizemos de rogados numa ultrapassagem calma e com segurança, acenamos em agradecimento e soltou-se um “arriverdeci” uma vez que Viseu era o destino seguinte…
Paramos em Viseu para uma foto de companheirismo e arrancamos em direcção aos naturais percalços que não estavam previstos na N2. O IP3 absorveu parte dos troços da N2 e ora estávamos certos, ora estávamos a tomar outras estradas nacionais e municipais, o que deveria levar como tempo previsto, naquele anda e desanda entre Viseu – Tondela e Santa Comba Dão, acabou por aumentar em cerca de uma hora o nosso destino.
Com todos estes atrasos, deixamos de ter tempo para tantas paragens e passamos a parar em pontos mais importantes, o relógio não parava e o serpentear da belíssima Pampilhosa da Serra não esperava por nós para um belo pôr-do-sol. Já em Góis passamos o marco dos 300kms de N2 e o anoitecer começou nas localidades eróticas de Picha e Venda Gaita. Aí acabamos por ter de aumentar mais o ritmo e eliminar as paragens pois à entrada do Alentejo alguém de Lisboa (Um grande Amigo) nos ligava a dar indicação que estava em Évora já à nossa espera para jantar, juntamente com um casal Hondista de Évora.
Já o sol estava no limbo do ir embora e o Alentejo brindou-nos com as suas áridas e longas rectas sem luminosidade e sem trânsito, o mesmo deu asas a alguns devaneios
Chegadas as 21:00h ponto de descanso para os automóveis e para os condutores que já nem posição de condução tinham (houve ali alguma ginástica e dores no c…. não interessa).
Parqueados os guerreiros do asfalto, por força da administração do Hotel no local para pessoas com mobilidade reduzida, fomos finalmente à “JANTA”, aquela hora de uma quinta-feira em Évora só tínhamos “A casa das bifanas de Vendas Novas” aberta, com a fome que todos estavam devido à nossa demora, toca a atacar!!!
Depois do jantar, fui ao multibanco porque sou meio “ranhoso” (já vão entender porque fiz esta ressalva)
Contacto establecido com a geringonça e vamos “mazé” dormir.
A noite foi facilitada pelos tampões para os ouvidos com prevenção, porque reservamos um quarto TWIN e como eu sabia de ante mão que o Sérgio sempre sonhou ser uma mota com um motor de 4 cilindros horizontalmente opostos, optei por tapar os mesmos e dormir sossegado…
Já o Sérgio só pode reclamar de eu parecer um compressor de ar furado, mas isso não interessa nada pois sou eu que estou a escrever (eheheh)…
Logo de manhã cedo, pequeno-almoço na Praça do Giraldo, depois reabastecer os bólides (Xuxu e Chapinhas) e no momento em que vou pagar o combustível, o cartão MB não estava em lado nenhum… é verdade na noite anterior enquanto mexia na geringonça do ATM estava a falar ao telefone e nada mais nada menos que 1hora para o recuperar na agência.
Essa hora seria aplicada para tirar uma foto no templo de Diana e mais alguns registos locais e pufffff, ficamos apenas com a foto dos dois sem os bólides na Praça do Giraldo...
Recuerdo registado e siga para Faro. Adivinhava-se 3 horas de viagem… ora os atrasos não tardavam em acumular-se com as obras, camiões lentos das obras, autocaravanas e todo mais que atrasasse o trânsito. Só ao quilómetro 644 da N2 é que os ritmos melhoraram de tal forma que ainda paramos num snack-bar com o meu nome para refrescar do calor da Serra do Caldeirão a 35kms de Faro… no fim dessa contagem decrescente e depois de belas curvas e paisagem sobre Loulé, chegamos ao nosso destino, o marco do km 737 estava ali no canto à nossa espera para um registo fotográfico digno e do qual eu honrei fazer um descritivo desde o 1º em Chaves…
Missão cumprida e selada com um abraço entre condutores e vamos “mazé” almoçar pois tínhamos ainda de regressar à hora para o tal café quinzenal entre amigos em Leça da Palmeira, onde viríamos a parquear às 22horas já jantados
Só ali sentimos que o desafio estava concretizado e quão épica tinha sido aquela aventura carago!
Contas feitas, foram consumidos 113litros de combustível o que faz uma média de 7.43l/100kms e uma pegada ecológica igual à morte de um camarão tigre em moçambique, estivemos ao volante 21horas das 38horas fora de casa
Já agradeci ao Sérgio a sua disponibilidade para esta verdadeira maluquice e só tenho a comentar mais, que tenho este velhinho que chamo carinhosamente de Xuxu e que é nada mais, nada menos que um instrumento de diversão tal com um instrumento musical, onde cada quilometro é uma nota musical, cada viagem uma música e por cada viagem feita uma composição de melodias que me acalmam e levam para um local de adrenalina e calma…
Desta vez conseguimos fazer um verdadeiro Dueto!
Em suma, para os que não adormeceram a ler isto pelo menos 3 vezes, digam-me ou não se não concordam com a minha primeira afirmação
P.S: Isto aguçou em mim o apetite de fazer isto mas desta vez pelo bem falado Côte D’Azur… Sonhar não custa, citando Soichiro Honda, “ Eu vivo no presente, para construir o futuro, com a experiência do passado ”…
Férias até para o ano, este ano andei a pé e de automóvel o suficiente para me sentir bem!
A malta quer é fotos agora ...
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Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX mk2
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- Miguel Ângelo
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Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX mk2
Cumprimentos Hondistas!
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Re: Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX
Fiquei-me pela bela viagem :-"
Agora a sério, muito porreiro o report, agora fiquei com vontade de fazer uma aventura dessas Nada mau, a diferença de consumos entre o i16 e o i-VT é marginal, mais do que pensava! E muito provavelmente deve-se aos quilos extra dos i-VT.
Bem com isto tudo, temos que organizar um road trip destes para o ano Obrigado pela partilha.
Agora a sério, muito porreiro o report, agora fiquei com vontade de fazer uma aventura dessas Nada mau, a diferença de consumos entre o i16 e o i-VT é marginal, mais do que pensava! E muito provavelmente deve-se aos quilos extra dos i-VT.
Bem com isto tudo, temos que organizar um road trip destes para o ano Obrigado pela partilha.
- Miguel Ângelo
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Re: Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX
A diferença dos consumos sempre foi mais positiva para o 1.6i16, mas nunca foi além dos 0,4litros/100kms.andre_DC Escreveu:Fiquei-me pela bela viagem :-"
Agora a sério, muito porreiro o report, agora fiquei com vontade de fazer uma aventura dessas Nada mau, a diferença de consumos entre o i16 e o i-VT é marginal, mais do que pensava! E muito provavelmente deve-se aos quilos extra dos i-VT.
Bem com isto tudo, temos que organizar um road trip destes para o ano Obrigado pela partilha.
Esta cena foi de pancada e até nem ficou muito cara, é preciso é combinar bem as coisas... O Côte D'Azur seria uma cena excelente, sonhar não custa, o que custa é ter este instrumento de diversão na garagem a estragar...
Soube tão, mas tão bem rolar nele
Cumprimentos Hondistas!
- andre_DC
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Re: Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX
Ui, isso já envolve demasiados €s Miguel, para já não consigo, mas uma coisa tipo ir ao norte de Espanha. Ou até ir visitar o circuito de Ascari
- Crashed
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Re: Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX
Já tinha lido no face mas obrigado pelo reporte tão completo de uma viagem diferente!!
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Re: Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX
Ter feito esta road trip foi uma experiencia unica , meter 1500 km em dois dias num carro com 23/25 anos e nem sinal de " nao vai conseguir aguentar" sao maquinas de guerra, nao que tivesse dúvidas mas fazer kms foi como " cortar manteiga com uma faca quente".
Venha a proxima.
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Ter um Honda é : deixar de ter mecanicos amigos e ter amigos que deixaram de ter amigos mecanicos...
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Re: Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX
Se o meu aguenta 2000km em 16h de rajada (2x num espaço de 10dias) porque nao haveriam os vossos de aguentar?
Nice road trip o que conta no fim disto tudo é a divertirem-se xD
Nice road trip o que conta no fim disto tudo é a divertirem-se xD
- andre_DC
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Re: Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX
Oh 1500km são "peaners"
- grande_do_crx
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Re: Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX
=D> =D> Espectacular!
Bela iniciativa sem duvida!
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Re: Desafio Nacional Nº2 desde Chaves a Faro em 2 Honda CRX
Obrigado pela partilha de tão inspiradora experiência! O importante é manter o espírito e claro, dar uso às máquinas. Abraço aos dois!
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